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GestãoO que são OKRs e como podemos utilizar esse sistema para gerir empreendimentos e projetos com sucesso
OKRs são Objetivos e Resultados-Chave, do inglês Objectives and Key Results. Resumidamente, o Objetivo é o que deve ser alcançado. São significativos, concretos, orientados por ações e inspiradores. Já os Resultados-Chave monitoram como chegamos aos Objetivos. São específicos e limitados no tempo, agressivos, porém realistas, mensuráveis e verificáveis. Esse artigo é sobre planejamento e se quiser saber mais, continue essa leitura.
Planejamento. Desdobramento de estratégia. Cascateamento de objetivos. Estratégia global. Metas. Descer níveis. Top down. Quando o assunto é estratégia, todas essas palavras estão bem presentes entre pessoas executivas e profissionais de grandes empresas. A conjuntura segue mudando e, com isso, resolver os problemas do mesmo jeito de sempre não é mais adequado.
Você pode olhar para uma organização estabelecida e pensar que "fazer assim sempre deu certo, por que mudar?". A grande questão é que o caminho que fez com que os negócios chegassem até aqui não vai mais, necessariamente, as levar adiante. O que precisamos é honrar esse caminho construído e conectar novas ferramentas e um jeito de pensar contemporâneo - isso faz as empresas manterem ou aumentarem sua relevância daqui em diante.
Trabalhando com Design Estratégico, meu dia a dia é proporcionar um ambiente coerente com o negócio e contemporâneo para discutir e projetar estratégias de uma forma ágil e consistente. É nesse contexto que conversamos sobre gestão contemporânea de estratégia e novas metodologias.
O mundo mudou (e muda o tempo todo). Essas mudanças apresentam um desafio para as empresas: como podemos acompanhar tudo isso e projetar continuamente estratégias que tenham conexão com essa nova realidade?
Garantir que a empresa concentre esforços nas mesmas questões importantes em toda a organização sempre foi uma busca contínua de C-levels e pessoas empreendedoras em geral, inclusive de Andy Grove, o ex-CEO da Intel. Na época, década de 90, ele decidiu criar uma abordagem para resolver esse desafio. Andy é o criador dos OKRs (Objectives & Key Results), que é basicamente uma abordagem que simplifica a forma de encarar os Objetivos Estratégicos de uma empresa e cria alinhamento e engajamento em torno desses objetivos.
Os OKRs ficaram famosos após o Google adotá-los, ainda quando a big tech tinha cerca de 30 pessoas em seu quadro de pessoas, lá em 1999. Depois disso, grandes empresas como Amazon, LinkedIn, Disney, Walmart e Nubank também começaram a utilizar essa metodologia e alcançar resultados incríveis.
Quem apresentou os OKRs ao Google foi John Doerr, em torno de uma mesa de ping pong (é sério!). John foi um executivo que trabalhou e aprendeu sobre OKRs na Intel e, em 1999, tinha acabado de se tornar investidor do Google e resolveu apresentar a abordagem dos OKRs para a empresa, que em 2018 atingiu a marca de 85.000 pessoas colaboradoras. De 30 para 85.000 - haja OKRs!
OKRs é a combinação de Objetivos (O) e Resultados-Chave (KRs.).
Os objetivos são o O QUE, e são significativos, concretos, orientados por ações e inspiradores. Já os Resultados-Chave são o COMO chegamos aos Objetivos. São específicos e limitados no tempo, agressivos, porém realistas, mensuráveis e verificáveis. E para cada Objetivo, definimos cerca de 3 a 5 Resultados Chave, que podemos trabalhar em um determinado período de tempo, como um trimestre.
Esta é uma abordagem simples para criar alinhamento e engajamento em torno metas mensuráveis e ambiciosas. E a grande sacada é unir essa abordagem com agilidade: atendendo algumas características como:
A diferença entre OKR e KPI
É muito comum fazermos a comparação entre OKRs e KPIs, que são Key Performance Indicator, ou seja, Indicador-Chave de Desempenho. De fato os OKRs podem se assemelhar aos KPIs, justamente pelo fato de terem o "K", de "Key". Ambos trabalham com indicadores-chave, mas temos uma grande diferença.
Enquanto os OKRs são a ligação entre a ambição e a realidade, os KPIs medem o sucesso, a saída, a quantidade ou a qualidade de algo em andamento. OKRs estão para aquilo que será testado e criado. KPIs estão para aquilo que já sabemos, que já está consolidado, que já faz parte do negócio e nós acompanhamos isso.
De forma simples: imagine que você fará uma viagem. Os passos para isso podem ser:
O que essa viagem tem a ver com o tema que estamos falando?
Existe uma fórmula para construir OKRs? Felizmente a resposta é sim! A fórmula básica para construção de OKRs é a seguinte:
Eu vou [objetivo], medido por [resultado-chave].
Exemplo:
Eu vou bater mais recordes do que o período x, medido por número de clientes, lançamento de novo produto, lucro e tempo médio de entrega em relação ao período x.
Depois, vamos quebrar em subtarefas. Assim, esse OKR poderia ficar dessa forma:
Objetivo: Bater mais recordes do que o período x
Resultado-chave 1: Atingir 1.000 clientes
Resultado-chave 2: Lançar 1 novo produto para o varejo
Resultado-chave 3: Alcançar lucro de R$1 milhão
Resultado-chave 4: Ter tempo média de entrega de 3 dias
Outro exemplo:
Objetivo: Gerar os conteúdos mais admirados
Resultado-chave 1: Aumentar 100% do tráfego orgânico no blog
Resultado-chave 2: Atingir alcance de 100.000 pessoas
Resultado-chave 3: Implementar 4 novos canais
Criar alinhamento e determinar foco na organização: isso é o que todos queremos. Então aqui vão algumas dicas para começar!
Aqui na weme, pautamos todos os nossos objetivos com esse sistema. E assim, conseguimos ter previsibilidade do nosso crescimento. Com essa organização, a maioria dos resultados são alcançados. E para aquilo que não dá certo, lançamos um olhar especial para reavaliar e entender como podemos tentar novamente ou se tal objetivo deixou de fazer sentido no final do trimestre.
1) Fomente a cultura de OKRs: estude, personalize para a sua organização e defina cerimônias e um acompanhamento sistemático (já existem softwares de OKRs que ajudam no acompanhamento e gestão dos OKRs). Por aqui, fazemos a gestão deles através da plataforma bud.
2) Tenha um OKR master: defina uma pessoa ou um grupo para se responsabilizar por acompanhar os OKRs e tirar as barreiras dos demais.
3) Compartilhe aprendizados: crie espaços e momentos na organização para as pessoas compartilharem seus desafios sobre OKRs e como resolvê-los.
4) Encerre ciclos e comece um novo: assim que finalizar o primeiro ciclo (que, normalmente, é trimestral) dos OKRs, encerre com todo o time, compartilhe aprendizados e defina os OKRs do ciclo seguinte.
Esses são os primeiros passos na jornada de OKRs. Aqui está a base para começar a entender e experimentar dessa cultura. Depois disso, novos temas vão surgir para você: governança, cerimônias, ciclos… e aí são novas conversas, que você pode conferir em nosso blog.
Aqui na weme, além de usarmos os OKRs há mais de quatro anos, apoiamos empresas dos mais variados portes e segmentos na definição de objetivos estratégicos e criação das OKRs.
Quando falamos de mudança, é bem comum pensarmos em transformação, inovação, transformação digital... essas keywords não existem à toa. Elas demonstram que existem novos temas, novas abordagens, novas ferramentas para abordar aquilo que sempre fizemos do mesmo jeito.
Então, a dica é: comece. Feito é melhor do que perfeito. Você precisa começar a dar os primeiros passos. Muita gente nos pergunta: "Preciso implementar OKRs na minha empresa inteira de uma vez?"; "Todas as pessoas da empresa devem ter OKRs?"; "Posso colocar um KPI dentro de um OKR?".
A teoria nos trás alguns caminhos, porém, mais poderoso do que a teoria em si, é o que faz mais sentido para cada organização. Depende do tamanho, depende da disposição da liderança. Então, de novo: comece. Não é num primeiro ciclo de OKRs que tudo estará ótimo, todos os objetivos atingidos, a cultura perfeita. É testando, errando, aprendendo, iterando, testando de novo… Experimente!
Temos uma aula especial sobre o tema. É gratuita e super rica em conteúdos. Confira clicando no link abaixo.
→ acessar wemeclass sobre OKRs e estratégia
DOERR, John. Avalie o que importa: como o Google, Bono Vox e a Fundação Gates sacudiram o mundo com os OKRs. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019
REEVES, Martin. Sua estratégia precisa de uma estratégia: como eleger e colocar em prática a melhor abordagem. São Paulo: DVS Editora, 2016.
👀 O que ler depois
Marketing Insights: como convertemos pesquisas em melhores tomadas de decisões? (+ kit de ferramentas para auxiliar nisso)
Marisa Oliveira
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